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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ÚLTIMA VEZ*

não me lembro
mais
a última vez
que vi a lua
não me lembro
mais
a última vez
que senti
em mim a paz
parece
que tudo mudou
que o sol
não é o mesmo
nem lembro a última vez
que vi o sol
talvez seja eu
que não saiba mais
encontrar alegria
não me lembro
mais
a última vez
que sorri sem culpa
talvez
não haja mais lua
nem haja mais sol
talvez
eu não seja mais
o mesmo
não me lembro
mais
da minha imagem refletida
no espelho
a última vez
que me olhei
eu ainda era eu
agora não sei mais
quem sou
sem sol
sem lua

MEDO*

eu tenho medo
medo de não suportar
o peso
de todas as responsabilidades
eu tenho medo
de não saber viver
de escolher
os caminhos errados
medo
de derrepente
me ver sozinha
e se me vir
tenho medo
de não ter para onde correr
e se correr
cair
e se cair
tenho medo
de não conseguir levantar
eu tenho medo
dos sonhos
que sonhei
serem apenas sonhos
tenho medo
que nada seja de verdade
que tudo seja
ilusão
um momento transitório
eu tenho medo
de acordar
e perceber
enfim
que nada era nada
apenas ilusão
eu tenho medo
de não ser mais
quem eu era
e perceber que o amor
que eu sentia
não era amor

NEM EU*

nem eu
sei mais
que vida
é essa
que eu levo
quero brincar
e não posso
quero falar
e me calo
nem eu
sei mais
que sabor
tem a liberdade
qual é a sensação
de bater as asas
e voar
nem eu
sei mais
que cor
é a cor do céu
que cheiro
tem o vento
que gosto tem a água
nem eu sei mais
que prazer
esconde a vida
deve haver
na vida
algum prazer
deve haver
em algum lugar
uma fonte de vida
nem eu sei mais
por onde seguir
se há mesmo um caminho certo
ou se esses caminhos
são apenas
trilhas
do meu deserto

FANTASIAS*

chega
a hora
de rasgar as fantasias
não adianta
ficar
aqui fingindo
nem dobrar
direito
e guardar na gaveta
as fantasias
que vesti
melhor rasgar
queimar
jogar fora
a vida implora
não há mais
porque brincar
a vida chama
não há mais lugar
para as fantasias
não há mais espaço
para as brincadeiras
a vida clama
berra
para que nada fique
como era
chega de usar
as mesmas máscaras
de sempre
nem o tempo
é palhaço
nem a vida
feita de ilusões
e fantasias
chega
melhor rasgar
queimar
não há mais porque
usar
as fantasias que usei um dia

NÃO QUERIA*

eu não queria
mudar
meu jeito
de ver as coisas
há em meus olhos
tanta beleza
não queria
deixar
de amar
há tanto amor
em meu peito
por que tudo
tem que ser
desse jeito
por que não posso
olhar tudo
como sempre olhei
não quero ver
defeitos
não quero que me apontem
os erros
não queria
mudar
meu jeito
de olhar
há beleza demais
em meus olhos
uma beleza viva
dentro de mim
não queria
que nada morresse
não queria
que nada fosse diferente
nem que meu amor
mudasse
diminuísse
secasse

DOR*

essa dor
que sinto
vai passar
um dia
eu sei
essa dor
vai passar
não é o tempo
que cura tudo
o tempo há de curar
de fazer
essa dor
passar
eu sei
um dia
já não sentirei mais
nada
nenhuma dor
mas
doerá em mim
ou eu
já estarei acostumada
a não sentir mais a dor
essa dor
há de passar
o dia está apenas
começando
e a vida devagar
moldando meus passos
mostrando meu caminho
essa dor
vai passar
eu sei
o tempo é mestre
em curar
a dor
que sente o coração
essa dor
ou sara de vez
ou de vez
dilacera meu coração
nem sei mais
se é meu coração que bate
em meu peito
ou se é apenas
agora
essa dor que sinto

CHORO*

choro
choro sozinha
no silêncio
do meu quarto
choro
minhas tristezas
meus medos
minha solidão
porque mesmo estando
rodeada
de pessoas
sinto-me triste
e choro
choro no silêncio
da noite
quando ninguém pode
escutar-me
abraçada aos meus joelhos
ah eu choro
choro
por ver em mim
tanta coisa errada
e eu nem sei
onde foi
que eu errei
choro a dor da saudade
de quem nunca mais
voltará
choro de medo
do medo
de não entender
e não me entenderem
também
choro no silêncio de mim
e escondo
minhas lágrimas
dentro do meu coração

AMARGA*

ah
quão amarga
é a vida
quanto
desespero
há agora
em mim
não quero voar
não quero crescer
quero ainda
poder brincar
fingir
enquanto puder
ah
quão doce
é a vida que tenho
vida despreocupada
vida sem ponteiros
não quero
que nada seja diferente
do que é
quero que seja assim
um carrossel iluminado
nas minhas noites
quero sempre o céu
um manto azulado
ah
eu sei
agora sei
quão amarga é a vida
quantos compromissos
a vida
nos dá
não dá
para ficar parado
não dá mais
para brincar
de ser criança
em meu pulso
corre os segundos
da minha vida

POR QUE*

por que
eu tenho
que crescer
por que não posso
ser mais
a mesma menina
eu tenho medo
tenho medo
de não suportar
tenho medo
de não aguentar
essa vida
essa vida de regras
e obrigações
por que tenho
que deixar
de ser quem eu sou
por que tenho
que deixar o melhor de mim
numa gaveta
de uma cômoda vida
por que
tenho que me matar
para renascer
por que não posso
ser eu mesma
a mesma que sempre fui
por que
tenho que disfarçar
minhas angústias
minha dor
minha solidão
por que eu
não posso ser apenas eu
eu não queria
mudar de lugar
mudar de vida
queria ser para sempre
a mesma menina

TEMPO*

eu vi
o tempo passando
por mim
eu vi
a vida
engolindo
o prazer que eu
tinha em viver
eu vi
chegar
derrepente
a hora de crescer
e eu
ainda queria
ser criança
eu vi
as pessoas
dando risada
e falando de mim
senti
como é cruel
ter que crescer
percebi
que não tem jeito
que não posso ser
para sempre
aquela menina
de bonecas
eu vi
o que o tempo
faz com os erros
senti
como dói a consciência
dos erros
latejando
todos os dias
eu bem queria
ser para sempre
criança
mas a vida passa
e o tempo modifca tudo
eu sei
já o tempo
passando por mim
e a vida me engolindo
engolindo devagar
a minha inocência