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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

TODOS OS SENTIDOS

todos os sentidos
me diziam
até mesmo
as paredes
sujas do meu apartamento
falavam
as cortinas
empoeiradas
resistiam
a mim
eu
morta
num canto
escuro
onde o sol
jamais se atreveria
a tentar
me ressuscitar
todos os sentidos
todos os ventos
todas as direções
até mesmo
as lâmpadas queimadas
nunca trocadas
falavam
eu
ali embriagada
perdida
ferida
num canto
onde ninguém
tentaria
me tirar de mim
todos os sentidos
e eu
conectados pela dor

INCESSANTE

que culpa
há em mim
nessa minha incessante
busca
querem
que eu morra
sem tentar
querem
eu morra
infeliz
sem ter vivido
sem ter corrido riscos
sem ter apostado
sem ao menos
ter jogado
que culpa há
em mim
não fui eu
quem cortou
minhas asas
não fui eu
que colocou algemas
em minhas alma
eu sempre quis
errar
sozinha
e sem ninguém
eu sempre quis
aprender
a tentar
que culpa há em mim
nessa incessante
idéia
que tenho
de ser feliz
o que querem
que morra
sozinha
o que querem
que seja
branda
branca
transparente

MUNDO INTERIOR

eu quis
sim
saber de ti
e tu
me destes
o ombro
e falastes tudo
aquilo
que eu
não precisava ouvir
me fechei
para que não me achasse mais
morri
neste mundo
para viver
apenas em mim
no meu mundo interior
quero só cuidar
de mim
só meu eu
me interessa
nada mais
quis saber de ti
quis dar
uma chance
para nós
e deste os ombros
e um aceno
de adeus
tudo morreu para mim
e só eu renasci
viva
em mim
fechada
no mundo interior
quero
saber de mim
e do meu eu

TAREFAS MUNDANAS

as folhas caem
enchem
meu jardim
de nada
e nada
as calçadas
são folhas mortas
cinzas
de uma árvore
plantada
sozinha
inquieta
no espaço a ela
limita da calçada
cabe a mim
varrer
e juntar as folhas
todas escritas
por alguém
que como eu
também não sabe ler
as folhas
caem
arrancadas pela força
de um vento qualquer
eu sei
elas não queriam
deixar a mãe
pra morrer secas
no meu jardim
na calçada
cabe a mim
varrê-las
tirá-las de lá
para que amanhã
novas folhas mortam
caiam